Escravidão em Guarulhos?
Antes
da Lei Áurea de 13 de maio de 1888, mais exatamente nos últimos
anos antes da assinatura da lei, já havia um grande número de escravos alforriados,
uma das formas do escravo se tornar livre era comprar a sua liberdade diante de
seu dono, mas para isso era preciso obter dinheiro suficiente para comprar sua
liberdade.
Quando esse
escravo não conseguia obter dinheiro pelo seu trabalho recorria a empréstimos,
o que resultava em uma nova escravidão por dívida, e mesmo quando conseguia sua
liberdade sofria preconceitos, e também não era considerado qualificado para os
novos ofícios, da sociedade positivista que optava pela mão de obra imigrante.
O
ex-escravo era obrigado muitas vezes a migrar para os centros urbanos, e morar
na periferia formando as comunidades quilombolas, ou mesmo viver nas ruas, o
trabalho que conseguia era geralmente de engraxate, pedreiro, ou qualquer outro
serviço braçal que conseguia encontrar.
Por
isso quando lemos um quadro de informações como o que está abaixo, notamos que apenas
a estatística e a matemática não são suficientes para analisá-la, assim como
acreditar que o lugar onde estamos não existiu escravidão, ainda mais que
vivemos um momento onde algumas pessoas tentam negar o passado, apesar de ter
objetos materiais e imateriais que comprovam esse fato.
Quando estudamos a História do Brasil na
escola ou no curso Superior, não estudamos apenas fatos importantes da História
que se passaram apenas em um determinado lugar, mas uma vasta História que
atingiu todo o país seja um fato econômico ou social, por isso esse recorte de
jornal abaixo sobre a cidade de Guarulhos diz mais do que as palavras e números
descritos.
Quadro de escravos alforriados, publicado no jornal "Correio Paulistano" na data de 21 de junho de 1883.
Escravidão:página real e dolorosa de nossa história.
ResponderExcluirToda a base de nossa sociedade: crenças, costumes, preceitos e preconceitos são gerados dentro de um conceito histórico, que por sua vez cria uma consciência coletiva. Tudo tem um porquê de ser como é e podemos corrigir nossos erros, mudar nossas atitudes e o modo que vemos o mundo quando trocamos esses preceitos. Mas para isso, nunca podemos esquecer nossa história.
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