O primeiro livro
Lembro desse dia
Onde o claro deu lugar
A breve penumbra
Mas de breve nada tinha
Pois...
A TV nem imagem aparecia
O radio estava mudo
Nem canto também não
tinha
A eletricidade os
deixara
Brincar na rua...
Também não podia
Pois o sol
Já se escondia
A infância se retrai
Na luz inflamada da vela
O perdido olhar busca
Um caminho...
Na estante empoeirada
Havia um pequeno livro
De aspecto enrugado e
desgastado
Sem pensar eu pego
Diante da luz eu leio
A cada frase...
Um novo passo
A cada capitulo...
Abre uma nova porta
A cada ilustração...
Um novo encanto
A magia dura do
entardecer
Até a noite branda
A eletricidade retorna
O som e a imagem
Cortam o silêncio
O olhar insiste na
estante
Que abriu um novo mundo
Que parecia um baú
trancado e distante
Agora cheio de mistério,
aventura e vibrante
Aquele primeiro livro
terminou
Mas a pequena Atíria...
Voa nesse novo universo
De leitura e fantasia